Jack, o Estripador
Conheça a história do assassino que aterrorizou Londres no século XIX e ganhou fama por todo o mundo.
Roteiro, produção e narração: Christian Gurtner
Participação especial: Luciano Vivacqua e Catharina Signorini
BIBLIOGRAFIA
BARDSLEY, M. Jack The Ripper. Disponível em: < http://www.trutv.com/library/crime/serial_killers/notorious/ripper/index_1.html >. Acesso em: 10/05/2011
JONES, R. Jack The Ripper. Disponível em: < http://www.jack-the-ripper.org/ >. Acesso em: 05/05/2011
TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO
(As transcrições dos episódios são publicadas diretamente do roteiro, sem revisão, podendo haver ainda erros ortográficos/gramaticais e, assim, pedimos que marquem os erros e deixem uma nota para que possamos corrigí-los)
Primeiro assassinato
Whitechapel, Londres, 31 de agosto de 1888, 3:40 da madrugada
O distrito de Whitechapel era, por muitos, considerado como o antro da escória de Londres. Refúgio de vários imigrantes, era um cenário miserável dentro da maior capital do mundo.
Durante a madrugada, nas ruas mal iluminadas, muitas vezes beirando a completa escuridão em seus becos, não se ouvia quase nada, senão uma risada ao longe, vinda talvez de uma taberna e, vez ou outra, o som dos cascos de cavalos e carruagens que poderiam passar por ali.
Foi numa dessas carruagens que estavam o cocheiro Charles Cross e um colega, dirigindo-se para Pickfords para iniciar mais um dia de trabalho.
No caminho eles viram, caído na rua, o corpo de uma mulher. Não sabiam dizer se ela estava viva ou morta, pois suas mão estavam geladas, porém tiveram a impressão de que ela respirava. Charles continuou seu caminho e relatou o caso para o primeiro policial que encontrou.
Menos de 10 minutos depois já estavam ao lado do corpo alguns policiais e um médico, que informou que a mulher tinha morrido, mas há poucos minutos.
O corpo era de Mary Ann Nichols, também conhecida como Polly, uma prostituta alcoólatra , que carregava uma triste história de vida, cujo fim, eternizou seu nome.
Os habitantes de Whitechapel ainda não sabiam, mas essa foi a primeira vítima do primeiro Serial-Killer dos tempos modernos, o qual deixaria Londres aterrorizada só de ouvir seu nome: Jack, o Estripador.
Caso 1 — Mary Ann Nichols
Devido a escuridão, os cocheiros que encontraram o corpo não perceberam que havia vários cortes no corpo da vítima. Seu pescoço tinha sido cortado duas vezes de forma profunda, quase decapitando a mulher. Contudo, não havia muito sangue no chão.
Os investigadores concluíram que o corpo não fora movido e o assassinato ocorreu no mesmo lugar em que o corpo fora encontrado.
O crime aconteceu logo abaixo de uma janela onde morava uma senhora de sono leve que disse não ter escutado nada. Os policiais acordaram outros moradores da região, que também disseram não ter visto ou ouvido nada de incomum.
No necrotério, os legistas descobriram mais feridas no abdômen de Polly, que fora mutilado.
No entanto, devido ao pouco sangue espalhado, os ferimentos não pareciam ter sido a causa da morte, o que levou os médicos a pensarem que Polly fora, antes, estrangulada, e marcas no seu pescoço apoiavam essa teoria.
Nenhuma pista, nenhuma testemunha, nenhuma arma do crime ou sequer suspeitos foram encontrados. O caso estava estagnado. Mas a história se complicaria ainda mais.
Segundo assassinato
8 de setembro de 1888, 5:30 da manhã
A prostituta Annie Chapman é vista conversando com um homem. Tudo o que a testemunha pode ouvir foi o homem perguntar “Você vem?” e Annie responder “Sim”.
Alguns minutos depois, em um lugar perto dali, um homem atravessava seu quintal para usar o banheiro quando ouviu vozes ali perto. Mas ele só pode entender uma palavra, que foi dita mais alto pela mulher: “não”. Logo em seguida ele ouviu algo caindo na cerca.
Annie Chapman foi encontrada morta pouco antes das 6 horas da manhã, num beco escuro.
Caso 2 — Annie Chapman
De acordo com as palavras do Dr. George Bagster e do Dr. Philips, que analisaram o corpo no local do crime as 6:30h da manhã:
“O braço esquerdo foi posicionado sobre o seio esquerdo, as pernas estavam abertas e o rosto virado para o lado direito. O corpo estava terrivelmente mutilado. Havia um profundo corte em volta do pescoço, o que pareceu uma tentativa frustrada de decapitar a vítima. O abdomen estava completamente aberto. O intestino da vítima fora retirado e posicionado ao lado do ombro direito. O útero, a porção superior da vagina e os ovários também foram retirados, mas não foram encontrados. Os cortes foram precisos e indicavam que quem os fez possuía grande conhecimento em anatomia humana, e que todos os cortes pareciam ter sido feitos com o único objetivo de retirar os orgãos desaparecidos”
Os investigadores concluíram que a vítima fora estrangulada até ficar inconsciente e então teve sua garganta cortada.
Os assassinatos de Whitechapel
A polícia começava a concluir que esses dois assassinatos foram cometidos pela mesma pessoa e que já não podiam ser inclusos na onda de crimes contra prostitutas que ocorreram em Whitechapel, que ficaram conhecidos como os Assassinatos de Whitechapel.
A população ainda tinha suas dúvidas e pregava que era o mesmo homem que havia assassinado outras mulheres quase um ano antes. Mas a forma como os crimes ocorreram eram bem diferentes em relação ao mais recentes.
Houve uma grande pressão popular para que a polícia resolvesse o caso, porém, sem nenhuma pista, tudo o que podiam fazer era prender suspeitos que possuíam um perfil criminoso. Vários foram interrogados e soltos, pois não se encaixavam na cena do crime, no obscuro motivo ou na habilidade para cometer aqueles crimes.
A polícia estava de volta à estaca zero.
Vários dias se passaram e a vida em Whitechapel acabou voltando um pouco ao normal. Mas não por muito tempo.
Duplo assassinato
30 de setembro de 1888, 1h da madrugada
Louis Diemschutz, um joalheiro, entrava com sua carroça num beco quando seu cavalo simplesmente se recusou a continuar. Louis suspeitou que houvesse algo no caminho que ele não podia ver por causa da escuridão. Desceu da carroça e pôde ver que havia o corpo de uma mulher no chão, que ele pensou estar bêbada, porém, mesmo sem ordenar que tentasse avançar, o cavalo de Louis continuava inquieto.
O joalheiro foi pedir ajuda a outras pessoas e, ao mexerem no corpo, perceberam que, apesar de ainda quente, a mulher estava morta e sua garganta cortada.
Em poucos minutos a região ficou em alerta. Vários policiais estavam em volta do corpo e um médico analisava a vítima, que fora identifica como Elizabeth Stride, também prostituta.
Apesar de o corte na garganta ser idêntico ao dos outros assassinatos, a vítima não fora completamente mutilada. E enquanto os policiais e médicos ainda investigavam a cena do crime, algo inacreditável acontece: apenas 45 minutos após o assassinato, chega a notícia que encontraram outra mulher morta a 1,5 Km dali.
Às 2:16 da madrugada um médico examinou o corpo da segunda vítima, identificada como Catherine Eddowes, outra prostituta.
Ao contrário da primeira vítima, essa estava mutilada.
Todos ficaram atônitos com esse duplo assassinato.
Casos 3 e 4 — Elizabeth Stride e Catherine Eddowes
A polícia se via agora diante de algo inusitado. Duas vítimas na mesma noite. No entanto, a primeira, Elizabeth Stride, não fora mutilada, apesar de sua roupa estar levantada — igual as outras vítimas — como se o assassino fosse fazê-lo.
Já segunda vítima, Catherine Eddowes, possuía o comum corte no pescoço, e seu abdômen estava aberto. Seu estômago e intestino estavam no chão, ao lado do ombro direito da vítima e parte do ventre fora retirado e levado pelo assassino.
Contudo, dessa vez, o assassino trabalhou um pouco mais. A orelha direita da vítima fora cortada e o rosto também mutilado.
A ousadia do assassino assustou a polícia. Cometer um segundo assassinato quando toda a região estava em alerta fora um risco muito grande. Mas por que correr esse risco?
A resposta veio pouco depois através das investigações. Era muito provável que o assassino não tinha a intenção de cometer dois assassinatos naquele dia. E o relato do joalheiro deixou claro que o assassino fora interrompido no primeiro assassinato pela chegada da carroça, não podendo, assim, completar seu ritual. Outra conclusão foi a de que o assassino provavelmente ainda estava no beco, se escondendo, enquanto o joalheiro descia da carroça, e isso explicaria o porquê de o cavalo continuar inquieto. Mas o assassino conseguiu fugir quando o joalheiro foi buscar ajuda.
Nunca estiveram tão próximos de identificar o assassino como nessa noite, mas ele teve muita sorte.
Seja por perseverança doentia ou qualquer outro motivo obscuro, o assassino não podia passar aquela noite sem atingir seu objetivo, e rapidamente saiu à caça de outra vítima.
Seria a mutilação no rosto da segunda mulher um ato de raiva do assassino por ter sido interrompido da primeira vez?
No entanto, nessa noite a polícia conseguiu alguns relatos de testemunhas que poderiam ser cruciais para o caso, mas algumas se contradiziam, e os investigadores não sabiam qual linha seguir.
Mas a maior evidência encontrada tornou-se num grande dilema. Enquanto os policiais faziam buscas pela região, um deles encontrou um pedaço de tecido ensanguentado fixado na parede de um prédio. Ao lado desse tecido, havia uma pichação em giz que dizia:
“Os judeus são os homens que não serão responsabilizados por nada”
O pedaço de tecido ensanguentado era de Catherine, a segunda vítima, e provavelmente os escritos foram feitos pelo assassino.
Um policial ficou de guarda para vigiar o local enquanto os policiais preparavam uma equipe para analisar e fotografar aquela importante evidência. Mas antes disso acontecer, os escritos foram destruídos por uma controversa ordem de Sir Charles Warren, comissário da polícia metropolitana.
Sua justificativa para essa decisão foi a de que se essa mensagem fosse vista pela população, uma caça às bruxas contra os judeus seria iminente naquela área já mergulhada em anti-semitismo e com inúmeros judeus morando ali.
Sir Charles Warren foi criticado por mais de um século por essa decisão. Ele havia destruído uma das poucas evidências importantes.
Dear Boss
Durante os meses em que os assassinatos ocorreram, várias cartas anônimas eram enviadas à polícia fingindo ser de autoria do assassino. Contudo, algumas delas foram levadas um pouco mais a sério.
Logo após o duplo assassinato, a Agência Central de Notícias entregou uma carta à polícia, a qual haviam recebido três dias antes do crime, mas que não haviam entregado às autoridades antes pois acharam se tratar de mais uma das dezenas de fraudes que recebiam.
Essa carta ficou conhecida como a carta “Dear Boss” (querido chefe, em inglês).
A carta dizia:
“Querido Chefe,
Eu continuo ouvindo que a polícia me pegou, mas eles não vão eliminar-me ainda. Eu dei gargalhadas quando eles pareciam tão espertos e falando sobre estarem no caminho certo. A piada com o tecido ensanguentado me divertiu bastante. Sou bastante severo com prostitutas e não vou parar de estripá-las até ser preso. Meu último trabalho foi uma grande obra. Não dei nem chance de a dama gritar. Como eles podem me pegar agora? Eu adoro meu trabalho e quero começar de novo. Você em breve vai ouvir falar de mim e meus joguinhos divertidos. Eu guardei um adequado líquido vermelho do meu último trabalho em uma garrafa para usar na minha caneta para escrever, mas ele tornou-se grudento como cola e não pude usá-lo. Mas tinta vermelha serve o suficiente, eu acho ha.ha. Em meu próximo trabalho eu arrancarei as orelhas da vítima e enviarei para a polícia só por diversão. Guarde essa carta até eu realizar um pouco mais e então pode descartá-la. Minha faca é tão boa e afiada que eu quero voltar a trabalhar imediatamente se eu tiver a chance.
Boa sorte,
Sinceramente,
Jack, o Estripador
Não se importe em me dar o nome.”
Era a primeira vez que o nome “Jack, o Estripador” era usado. Assim que o editor da agência viu que a orelha de uma das vítimas fora cortada, deu mais crédito a carta e enviou à polícia. É claro que isso deixou várias dúvidas sobre a veracidade da mensagem e muito se discute até hoje sobre isso. Muitos dizem que a carta era uma fraude criada por um repórter.
De uma forma ou de outra, o assassino agora tinha um nome, um nome terrível.
Saucy Jackie
Mas as cartas mais suspeitas não parariam por aí. Na manhã seguinte ao duplo assassinato, a Agência Central de Notícias recebeu outra carta, que ficou conhecida como a carta Saucy Jackie, ou Insolente Jackie.
[Nela, o autor, que se diz "o insolente Jack", diz que o destinatário ouvirá notícias do último trabalho e que ele não teve tempo de pegar as orelhas. Por fim, agradece ao editor por ter mantido a última carta guardada até que ele agisse de novo e assina novamente como Jack, o Estripador.]
A carta dizia:
“Eu não estava brincando, velho chefe, quando lhe dei a dica. Você vai ouvir sobre o trabalho do insolente Jackie amanhã. Dessa vez foi um evento duplo. A número 1 gritou um pouco e não pude terminar. Não tive tempo de pegar as orelhas para a polícia. Obrigado por manter a última carta até eu poder trabalhar novamente.
Jack, o Estripador”
Essa carta possuía a mesma caligrafia da primeira. A polícia distribuiu cópias em todas as estações na esperança de alguém reconhecer a caligrafia. Essa ação não deu em nada além de trotes.
From Hell
No dia 16 de outubro uma terceira carta que supostamente era de Jack, foi enviada para George Lusk, líder do comitê de vigilância. Junto com a carta havia um pedaço de rim humano. Um dos membros do comitê disse se tratar de rim de outro animal, mas o tecido foi enviado ao Dr. Thomas Openshaw do hospital de Londres, que afirmou se tratar de um rim de um humano adulto.
A carta não aparentava ter sido escrita pelo mesmo autor das outras duas e não usava o nome Jack. Mas pelo seu teor e o pedaço de rim, tornou-se uma das cartas mais famosas e importantes, que ficou conhecida como carta “From Hell” ou, “Do Inferno”.
Dizia a carta:
“Do inferno.
Senhor Lusk
Te envio metade do rim que eu peguei de uma das mulheres e preservei para você. As outras partes eu fritei e comi. Foi muito bom. Eu posso lhe enviar a faca ensanguentada que usei para retirar os órgãos se você esperar mais um pouco.
Assinado.
Pegue-me quando você puder, senhor Lusk. "
Entreato
As ruas de Whitechapel ficavam vazias durante a noite. Prostitutas evitavam trabalhar e o medo tomava conta dos habitantes da região e até mesmo de outros londrinos que evitavam passar pelo distrito.
A polícia continuava sem pistas. Interrogava inúmeras pessoas, mas sem sucesso. Chegaram ao ponto de vestir um policial como prostituta para servir de isca para Jack, mas tudo o que aquilo rendeu foi piadas dos colegas do pobre policial disfarçado.
Contudo, depois de um mês sem nenhuma outra ocorrência, as coisas começaram a se normalizar novamente e a vida tomou conta das ruas de Whitechapel.
O último assassinato
9 de novembro de 1888
O dia estava amanhecendo e John McCarthy, dono de uma pensão, pediu para seu assistente ir ao quarto de Mary Kelly, uma bela e jovem prostituta irlandesa, para cobrar o aluguel.
O assistente bateu na porta e não houve resposta. Ele então abriu a janela e moveu a cortina. O que ele viu ali, o fez correr como louco de volta para seu patrão.
Em pouco tempo já estavam ali a polícia e médicos. Um dos oficiais que viram a cena disse “Quando meus olhos se acostumaram com a pouca luz, eu vi algo que nunca mais esquecerei”.
O corpo de Mary Kelly estava terrivelmente mutilado. A violência e horror desse assassinato deixou até mesmo policiais e médicos veteranos aterrorizados. Era difícil até mesmo reconhecer um ser humano ali naquele monte de carne sobre a cama.
Caso 5 — Mary Kelly
A violência e monstruosidade desse último assassinato, mostrou que, dessa vez, Jack teve todo o tempo do mundo para realizar seu monstruoso trabalho.
De acordo com as anotações do Dr. Thomas Bond:
“O corpo estava deitado nu na cama. Todo o abdômen fora retirado. Os seios foram cortados fora, os braços mutilados quase sendo arrancados do corpo e a face desfigurada. O pescoço fora cortado com tanta violência que danificou a espinha. O útero, um rim e um seio foram colocados embaixo da cabeça da vítima; o outro seio debaixo do pé direito; o fígado entre os dois pés; os intestinos ao lado direito do corpo e o baço do lado esquerdo. Os retalhos do abdômen e das coxas foram colocados sobre uma mesa. O coração fora retirado e levado embora.
Dessa vez houve uma importante testemunha: George Hutchinson, um conhecido de Mary Kelly. Se seu testemunho for verídico, ele ficou cara a cara com Jack e olhou nos olhos enquanto ele contratava os serviços de Mary, apesar do misterioso homem usar um chapéu com a aba na altura dos olhos.
George Hutchinson seguiu os dois até o quintal onde ficava a entrada para o quarto de Kelly na noite anterior ao assassinato. Ele não soube explicar o porquê de seguir Mary Kelly, o que o tornou, rapidamente, um suspeito.
Ele afirmou conseguir reconhecer o homem se o visse de novo e ainda disse que tinha a impressão de já o ter visto pelas redondezas.
Contudo, Jack nunca mais foi visto.
Fim da linha
Jack, o Estripador, parecia ter se aposentado, ou talvez concluído sua doentia meta. Nunca mais matou. Nunca foi encontrado.
Como um homem conseguiu, em um só ano, matar 5 mulheres sem ser percebido? Mesmo em ocasiões com as ruas em alerta e cheias de guardas, ele foi capaz de atos tão ousados que criam muitas outras perguntas.
Médicos afirmaram que ele precisaria de meia a uma hora para realizar seus rituais macabros, e mesmo assim ninguém ouviu nada, ninguém viu nada.
E o que aconteceu a Jack para parar de matar repentinamente? Ele morreu? Foi embora do país? Foi preso por outros motivos? Ou simplesmente havia completado sua missão? Talvez esse será um mistério que ficará guardado com a identidade de Jack.
A polícia arquivou o caso. Não havia mais pistas ou testemunhas que pudessem dar sequer uma luz para os investigadores.
Tudo o que as investigações nos deixaram foram fortes suspeitos que cada um escolhe de acordo sua preferência.
Suspeitos
Suspeito 1 — Montague John Druitt
Druitt era um médico vindo de boa família e desapareceu logo depois do último assassinato de Jack. Seu corpo foi encontrado num rio algumas semanas depois. Ele era um insano sexual e seus próprios familiares tinham suspeitas de que ele era o assassino de Whitechapel. Ele se encaixa em todas as mortes, mas em alguns pontos deixa dúvidas, como no dia em que Mary Kelly fora morta. A hora da morte foi estipulada em 5.30 da manhã. Às 11:30, Druit estava jogando cricket com amigos num distrito longe dali. Seria quase impossível que ele tivesse tempo para se limpar, pegar um trem e chegar no local do jogo.
Suspeito 2 — Kosminski
Insano, Kosminski odiava mulheres, principalmente prostitutas e tinha fortes tendências assassinas. Ele foi internado num hospício em 1889, o que justificaria o sumiço de Jack. Mas mesmo assim, em alguns pontos, pode-se questionar se Kosminski era o assassino.
Mas recentemente, em 2019, uma análise de DNA aumentou as suspeitas sobre Kosminski. Apesar de não muito confiável, a análise apontou para a possibilidade do suspeito ser de fato o criminoso.
Pouco antes disso, novas investigações quase obsessivas haviam apontado também um outro suspeito.
Walter Sickert e a Estripadora de quadros
Suspeito 3 — Walter Sickert
Sickert foi um renomado pintor inglês que estava acima de qualquer suspeita. Até que, em 2002, Patrícia Cornwell, uma escritora de romances policiais publicou suas conclusões.
Patricia desenvolveu uma obsessão tão grande pelo mistério que gastou mais de 6 milhões de dólares para fazer suas investigações, incluindo a compra de inúmeras obras de Sickert, exames forenses e de DNA nas obras e cartas do pintor comparadas com as cartas de Jack que a Scotland Yard possuía.
Ela chegou a cortar uma das telas de Sickert para fazer testes. Vários artistas e curadores a chamaram de louca, e que a estripadora no caso era ela, por ter mutilado uma importante obra de arte para tentar provar sua insana teoria.
“Insana”, na verdade, foi a palavra mais usada pelas pessoas sobre a pesquisa de Patricia, que diz estar 100% certa de que Sickert foi Jack, o Estripador.
Uma das evidências que Patricia se baseou foi uma obra do pintor em que ele retrata a cena do crime de Mary Kelly, com uma mulher deitada na cama da mesma forma que Kelly fora encontrada, mas sem as mutilações.
Patricia Cornwell não encontrou nenhuma prova nos exames forenses, mas diz que uma das cartas de Jack possuía a mesma marca d'água que uma das cartas que Sickert recebeu de seu pai.
A escritora publicou seu livro e colocou sua, até então impecável, reputação, em jogo.
Fim
Diversas evidências da época foram perdidas, deixando mais difícil ainda a solução do caso hoje, mesmo com nossa tecnologia forense avançada.
Quem foi Jack? Quais eram seus motivos? Porque começou e parou tão repentinamente? Perguntas e mais perguntas…
Finalização
Senhoras e senhores eu sou Christian Gurtner e esse é o podcast Escriba Cafe.
Esse episódio foi um remake de um antigo porém muito desejado episódio do Escriba que muitos pediram de volta e aqui está com a pesquisa atualizada e uma nova leitura.
Esse episódio contou com a participação mais que especial de Luciano Vivacqua,
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A todos que me ouvem, o meu muito obrigado, um grande abraço e fiquem em paz.