Você já parou para pensar como seria
se a gente pudesse olhar para nossa história assim,
do jeito que estou olhando para estes objetos
que eu guardo aqui na minha casa?
E se esses objetos pertencessem a um colégio com nome de academia?
Já pensou em se mudar?
Sem te deixar para trás, resolvi pensar em nós.
Vou te levar daqui. Yeah.
E se a gente pudesse voltar a ter aula?
Chegar atrasado no Múltipla Escolha?
Pode ser uma reprise ou um remake mesmo.
O saudoso Mocotó, Touro, Perereca... No tatame, rolando porradaria.
Garotada saudável, que não falava palavrão,
falava "e aí, broto? Vamos levar um lero?"
Não ficava de mimimi. "Malhação - Viva a Diferença".
Isso não é nome de colégio de adolescente de bem.
E se isso tudo fosse para a Record? Virasse um game show na Rede TV?
O que será que a gente veria?
Um Cabeção bem-sucedido? Pai de família?
Empresário multifacetado do ramo de startups?
A resposta não é nada extraordinária,
e eu sei que você também deve estar pensando assim.
Mas seria incrível, não é mesmo?
Porque não são os momentos fáceis nem os momentos simples
nem as tramas que se repetem há 25 anos...
A patricinha nojenta que sabota o namoro do Mau Mau.
O Ogromóvel sempre fodido, sem gasolina.
O ator velho aposentado, que a Globo tenta dar uma rejuvenescida,
mas, que no fundo, está topando qualquer coisa.
A gente assistia mais pela vibe, pela mulherada. Várias gatas.
Vários artistas de peso. André Marques. Fiuk.
Lavínia Vlasak. Cláudio Heinrich. Nosso secretário excelentíssimo
voltou como Escova em quatro temporadas
e pegou a Priscila Fantin em pelo menos umas três.
A parada tem cultura, educação, academia e mulher gata.
Tu quer mais o quê?
São essas pessoas que não fogem à luta.
Desafiam a própria morte. Um povo heroico
num brado retumbante.
Porque, se tem alguma coisa que a gente aprende no colégio,
é que botar o hino no meio de um texto
fica muito bonito e original, mas ainda vai levar um tempo
para fechar o que feriu por dentro.
Natural que seja assim
tanto para você quanto para mim.
Não vou dizer que foi ruim. Também não foi tão bom assim...
Não imagine que te quero mal, apenas não te quero mais.
Eleitor, você me conhece.
Fui um ator mirim, prodígio, com um recorde de permanência
no elenco de "Malhação".
Mesmo atuando, aprendi como gerenciar o Gigabyte,
um bar para figurantes da Globo.
Fui empresário da banda fictícia de Marjorie Estiano, a Vagabanda.
E, entre outras coisas, vivi e respirei por dez anos
o ar dos corredores do Projac,
o que me dá total segurança para tratar e discutir
os problemas do país.
Você vai ficar ligado nas fitas de alta periculosidade
que vão rolar no Congresso.
É. Para a cultura não ficar "é nós, Sapinho",
vote aqui, no Serginho.